32
Ínicio
>
Homenagem
>
Revista Forense
HOMENAGEM
REVISTA FORENSE
José Manoel de Arruda Alvim Netto
Francisco Bilac Pinto Filho
01/09/2021
O país precisando de tanta luz verdadeira e perdemos mais uma.
Deixou-nos um mestre, Prof. Arruda Alvim.
Procurador da Fazenda Nacional, Juiz do Tribunal de Alçada de São Paulo, advogado e a sua função mais importante, professor.
Sempre cortês, em um imponente escritório nos Jardins recebia a todos com pontualidade e gostava de ser objetivo.
Quando a pessoa era anunciada a ele, ele já respondia à secretária de quem se tratava.
Sentava-se à mesa, não fazia questão da cabeceira, e abria a conversa com perguntas amenas, mas em seguida iniciava o objetivo da reunião.
Ponderando prós e contra, muitas vezes solicitando que aguardássemos que ele consultasse Dra. Tereza, a conversa ali se encerrava, enquanto ele não tivesse o beneplácito de sua querida mulher.
Era um “gentleman” até para dizer o “não”.
De sua capacidade de raciocínio rápida e vasta, sabia ouvir com modéstia os piores argumentos que contradiziam os seus desejos. Não se fazia de rogado. Com muita gentileza expunha a divergência e pedia ao interlocutor que revisse a sua conclusão.
Na maior parte das vezes, a sua ideia prevalecia, mas quando não prevalecia, mantinha-se grandioso, elogiando a escolha que discordara.
Poucos intelectuais têm essa capacidade.
Com a Editora Forense, dede que o Des. Barbosa Moreira se cansou do labor da leitura dos artigos apresentados ao periódico, ele dirigia com maestria a publicação da Revista Forense, centenário periódico, publicado initerruptamente desde 1904.
Com a ajuda da Dra. Teresa e de vários de seus colaboradores no escritório deu ares mais civilísticos ao periódico que vinha de repetida (e inverídica) pecha de revista de processo civil.
Lutou como poucos para que a revista fosse reconhecida dentro dos critérios da Capes na classificação de periódicos.
A revista se transformou em periódico digital. Apesar de seus educados protestos, nem por isso deixou o seu labor de lado, mantendo sua dedicação no novo meio de divulgação do pensamento jurídico no Brasil.
Homens com o conhecimento do Prof. Arruda Alvim deveriam poder viver 120 anos.
Nosso país precisa de professores e intelectuais com suas qualidades, mas os últimos anos, com tantas tragédias na saúde e no trato do Direito, ele nos fará muita falta!
Que o Senhor conforte os seus familiares!