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Direito da USP vai oferecer 20% da vagas para negros, pardos e indígenas

ALVARO DE AZEVEDO GONZAGA

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Alvaro de Azevedo Gonzaga

Alvaro de Azevedo Gonzaga

03/04/2017

porPaulo Pastore

Uma das primeiras faculdades de Direito do país, o Largo São Francisco da USP (Universidade de São Paulo), decidiu reservar 20% das suas vagas para alunos negros, pardos e indígenas pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada). O curso nunca havia oferecido nenhum sistema de cotas.

Ao todo são 460 vagas no curso de Direito da USP, sendo assim serão 138 vagas disponibilizadas no Sisu, sendo 92 vagas destinadas exclusivamente para negros, pardos e indígenas.

Formado em Filosofia mesma instituição, o professor da Mackenzie e militante negro, Silvio Luis Almeida, que também é bacharel em Direito, comemora a aprovação, por acreditar que ela vai mudar o perfil e as relações dentro da faculdade, mudando as relações dentro da faculdade, uma vez que um perfil diferente de aluno passará a estudar ali.

“A partir da agora o negro vai deixar de ser só objeto, ele vai ser sujeito, agora ele vai pensar as coisas do Direito. Quando USP foi fundada, o negro era de considerado um objeto pelas leis, agora ele é um sujeito que vai estudar, pensar sobre as coisas do Direito”, observa Almeida.

O professor ainda lembra que a aprovação da medida é resultado de um processo de reivindicação dos movimentos negros e daqueles que lutam pelo democratização do ensino superior. “Essa é uma luta antiga antiga, que tem raízes nos anos 80, com influências de diversos professores e de espaços como o Núcleo de Consciência Negra da USP”.

Por fim, ele ressalta que isso ainda é um primeiro passo, que tem o poder de uma “pequena revolução”, mas ainda é preciso fazer muito para que se consiga uma transformação estrutural. “A gente tem que começar a questionar os empecilhos históricos que impede a população mais pobre e negra a chegar na universidade pública. Essa medida é uma forma de começarmos a colocar isso em pauta”, observa.


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