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“Crime e Castigo” é uma das obras mais lidas nos presídios brasileiros
Alvaro de Azevedo Gonzaga
16/02/2017
Crime e Castigo, escrita pelo russo Fiódor Dostoiévski e publicada em 1886, é uma das obras mais lidas nos presídios brasileiros. A informação, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, diz respeito a prática de remição de pena: cada livro lido corresponde a quatro dias a menos de detenção.
Psicologicamente denso, Crime e Castigo explora a visão de mundo do jovem e como sua consciência fala mais alto que suas teorias sobre o desenvolvimento da sociedade e o seu lugar nelas.
Outros obras que aparecem como as preferidas pelos presos estão: Ensaio sobre a Cegueira de José Saramago e Através do Espelho de Jostein Gaarder, e obras nacionais, como Dom Casmurro, de Machado de Assis, Sagarana e Grande Sertão Veredas de Guimarães Rosa.
Desde 2010, 6.004 resenhas foram escritas sobre diversos livros. Para garantir a redução na pena, a resenha é avaliada sob critérios como letra legível e limitação ao tema exposto pela obra. Das resenhas entregues, 5.383 foram aprovadas pela equipe pedagógica, composta por pedagogos, psicólogos e terapeutas ocupacionais.
O programa de leitura é batizado de Projeto Remição pela Leitura. As obras incluídas no projeto foram selecionadas por profissionais da área de educação. A maioria das obras são clássicos da literatura brasileira, filosóficos e científicos, mas, segundo o ministério, os gêneros estão se diversificando. Os presos têm até 30 dias para ler cada obra e podem participar 12 vezes do projeto a cada ano, significando até 48 dias a menos na pena.