GENJURÍDICO
NBA volta após brutalidade contra Jacob Blake

32

Ínicio

>

Artigos

>

Atualidades

>

Filosofia do Direito

ARTIGOS

ATUALIDADES

FILOSOFIA DO DIREITO

NBA volta após brutalidade contra Jacob Blake

ARTE

ÉTICA

FILOSOFIA

FIM DA ARTE

FIM DA HISTÓRIA

FREDERIC JAMESON

HEGEL

JACOB BLAKE

MOVIMENTO ANTIRRACISTA

MOVIMENTOS SOCIAIS

NBA

José Manuel de Sacadura Rocha

José Manuel de Sacadura Rocha

03/09/2020

Por quê os jogadores da NBA voltarão a jogar após os protestos contra a agressão a Jacob Blake?

Estou lendo um autor especial – Frederic Jameson, A Cultura do Dinheiro. No capítulo “Fim da arte” ou “Fim da história”, o autor indaga se Hegel tinha razão sobre a afirmação do fim da arte, e se Fukuyama e Kojève o mesmo sobre o fim da história. No caso de Hegel, a superação humana do belo figurativo clássico – como expressão do espírito rumo ao “espírito absoluto”, coletivo, expressão da totalidade – se dá na filosofia iluminista que Hegel acreditou ser a Modernidade (na política e no direito esse absoluto se encontra na filosofia do Estado/ Sociedade Civil). No caso de Kojève, um ex-stalinista e um dos formuladores da UE, assim como Fukuyama, o fim da história se dá após o “fim” da guerra fria com a prevalência do sistema capitalista de forma hegemônica na globalização dos mercados e nas políticas neoliberais dos governos.

Segundo Jameson, Hegel deve ser interpretado no funcionamento sistêmico onde um sistema se sobrepõe a outro, ideia que Marx compartilhou com a ideia do Materialismo Histórico Dialético, onde mesmo que se considerá-se a hegemonia do capitalismo, seria impossível considerar o capitalismo como o fim de qualquer coisa. O exemplo disso, diz Jameson, é que mesmo longe da epistemologia filosófica, por todo lado no mundo globalizado assiste-se às mais variadas manifestações e movimentos sociais dissonantes e desconstrutivos em sua luta por reconhecimento, que Jameson pauta como a característica da dinâmica social política da pós-Modernidade. Seria o Racismo parte desta luta? Pode o movimento antirracista fugir desta dinâmica pós-moderna? O que esperar?

E Hegel? Bem, o indicativo hegeliano é que no “estado absoluto” o processo do homem em relação à sua humanização (nova, segundo Holloway que o lê em Marx), une a cultura e a arte com a economia, como afinal Marx o predisse desde o início até sua morte (dos Manuscritos ao Capital ou talvez melhor ainda nos Grundrisse, como Jameson diz). Esta união do econômico com a arte é o que eu quero desenvolver agora já que defendi que o “novo” trabalho libertará o homem de sua alienação material e imaterial, objetiva e subjetiva, e que com o fim do fetiche do dinheiro e das mercadorias seu labor e sua arte se fundirão de volta.

Assim, o “fim” da arte em Hegel seria apenas temporal e o “fim” da história, quanto muito, uma aberração espacial dada pelos estágios mais desenvolvidos do capitalismo na era do financismo. A pós-modernidade, que Hegel não imaginou, mas Marx de certa forma, sim, substituiu o belo pelo “sublime” (tudo “apetece” assim diante do dinheiro), e a filosofia pela teoria.

Em outro lugar (livro Ética: o homem e o direito – Introdução) eu dizia que a filosofia se mercantilizava quando teorizava acerca do sentido das coisas e não a procura da “verdade”. Sempre foi muito difícil explicar isto para o nosso tempo de “todas” as verdades, ou, de verdade alguma. E eu parecia tão conservador… Mas o que eu quero dizer é que essa substituição do belo pelo sublime acaba sendo uma marcha a ré na arte porque aquilo que é sublime no mundo hoje é o capital, o dinheiro, o último fetiche das coisas, a última instância das grandes religiões. Ele baliza toda a teoria simplória, neste sentido, dos filósofos, dos clérigos, dos artistas, dos magnatas, dos pequenos burgueses e dos assalariados do capital, dos movimentos de reconhecimento e étnicos.

Mas isto não é o “fim da arte” e menos ainda o “fim da história”. É apenas o início. Jameson diz (da mesma forma que Berman e Lyotard) que a modernidade (científica e racional) ainda está por vir, e então a História verá o sistema bárbaro atual migrar rapidamente para um “aqui-e-agora” sem preocupações com os “fins” e sim com o espírito coletivo (Heidegger?), nem superior nem inferior, uma segunda humanização onde toda obra humana poderá ser apenas e simplesmente Arte!

Veja aqui os livros do autor!


LEIA TAMBÉM

Assine nossa Newsletter

Li e aceito a Política de privacidade

GENJURÍDICO

De maneira independente, os autores e colaboradores do GEN Jurídico, renomados juristas e doutrinadores nacionais, se posicionam diante de questões relevantes do cotidiano e universo jurídico.

Áreas de Interesse

ÁREAS DE INTERESSE

Administrativo

Agronegócio

Ambiental

Biodireito

Civil

Constitucional

Consumidor

Direito Comparado

Direito Digital

Direitos Humanos e Fundamentais

ECA

Eleitoral

Empreendedorismo Jurídico

Empresarial

Ética

Filosofia do Direito

Financeiro e Econômico

História do Direito

Imobiliário

Internacional

Mediação e Arbitragem

Notarial e Registral

Penal

Português Jurídico

Previdenciário

Processo Civil

Segurança e Saúde no Trabalho

Trabalho

Tributário

SAIBA MAIS

    SAIBA MAIS
  • Autores
  • Contato
  • Quem Somos
  • Regulamento Geral
    • SIGA