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Internet das coisas (iot): para onde vamos (ou já estamos)?

LIVRO SEGURANÇA DIGITAL

Patrícia Peck Pinheiro

Patrícia Peck Pinheiro

17/05/2024

A internet das coisas (IoT) permite que o mundo fique mais conectado, inteligente, responsivo e eficaz por intermédio da interconexão dos sistemas.

Por meio da conexão entre usuário/máquina ou máquina/máquina, a IoT impacta diretamente no cotidiano das pessoas e dos negócios, modificando comportamentos, hábitos e até mesmo a qualidade de vida das pessoas, como esquematiza a Figura 14:

FIGURA 14 – Impactos da IoT no cotidiano

Fonte: PROOF, 2017.

Compreender a IoT é muito importante para os gestores, pois, de acordo com a estimativa calculada pelo estudo realizado pelo Mckinsey Global Institute, a IoT vai gerar entre 3,9 e 11,1 trilhões de dólares anuais em 2025.11

Isso mostra que, cada vez mais, a IoT vai fazer parte do dia a dia das empresas, seja de maneira direta com a mudança dos modelos de trabalho, na otimização de processos, seja de forma indireta por meio das alterações de perfil e comportamento dos consumidores. Essa expansão foi objeto de análise da pesquisa realizada pela Cisco Internet Business Solutions Group que apontou que a previsão para 2020 é de 50 bilhões de aparelhos conectados,2 conforme a Figura 15:

FIGURA 15 – Estimativa da expansão da IoT

Fonte: CISCO, 2011.

Apesar dos grandes avanços e facilidades que a IoT traz, alguns pontos negativos – como a extinção de empregos, diminuição de postos de trabalho e vulnerabilidades da segurança e da privacidade – precisam ser discutidos.

Isso porque todas as mudanças trazidas com a IoT impactam diretamente o processo de tomada de decisão dos gestores, já que novos indicadores vão surgindo e novas questões e preocupações surgem com eles.

Nesse contexto, a questão da segurança da informação e a privacidade são pontos de preocupação essenciais, já que essas modificações também tornam as informações, os dados e a privacidade mais vulneráveis, tendo em vista que o grau de exposição dos sistemas é bem maior nessa nova realidade.

Segundo o Internet Security Threat Report 2018 (ISTR), estudo realizado pela Symantec, houve um aumento de 600% nos ataques contra IoT entre 2016 e 2017,3 demonstrando que a preocupação com a segurança da informação é mais do que necessária.

Nesse sentido, cabe às empresas e aos gestores adotarem políticas de segurança da informação como prioridade ao longo do desenvolvimento de projetos e produtos, pois compensa mais trabalhar de maneira preventiva e consciente do que corrigir problemas causados por situações de risco que poderiam ter sido evitadas.

Essa nova realidade deve ser associada à ética de trabalho de qualquer empresa. Foi o que demonstrou o caso da boneca “My Friend Cayla”, da empresa Genesis Toy, que foi banida na Alemanha porque o brinquedo possuía um dispositivo considerado de espionagem devido à sua capacidade de coletar e transmitir informações sobre as crianças que brincavam com ele.

A boneca fazia perguntas às crianças, funcionando como uma “amiga” virtual; o problema é que o dispositivo podia receber comandos de qualquer pessoa que estivesse a menos de 10 metros da boneca, podendo ainda transmitir e coletar as informações adquiridas.4

Esse caso é um claro exemplo de que se as empresas não se preocuparem com a proteção da segurança da informação e da privacidade dentro da nova realidade da IoT, o crescimento do negócio será prejudicado, de maneira que os prejuízos à imagem da empresa podem ser irreversíveis.

Nesse sentido, é importante adotar alguns passos essenciais para garantir que a segurança da informação e a privacidade dos usuários sejam respeitadas e protegidas pela sua empresa dentro da inserção da IoT. Esses procedimentos independem de o negócio fornecer ou não produtos ou serviços diretamente vinculados à IoT, pois mesmo que o produto não seja tecnológico, a produção dele está inserida em um mundo em constante evolução digital e acaba sendo afetado por esse cenário.

Autores: Cristina Sleiman, Larissa Lotufo e Marcos Tupinambá

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NOTAS

1 Estudo publicado em 2015 pelo McKinsey Global Institute e que avaliou mais de 150 aplicações específicas da IoT.

2 A pesquisa da Cisco foi publicada em 2011 e considerou que a IoT “nasceu” em 2008; o estudo baseou-se nas propriedades da lei de Moore e levou em conta os conhecimentos acerca da tecnologia existentes na época, desconsiderando os avanços futuros.

3 O estudo da Symantec analisou as atividades de mais de 175 milhões de endpoints localizados em 157 países, de maneira que o levantamento também apontou que houve um aumento de 13% das vulnerabilidades reportadas e crescimento de 25% de vulnerabilidades relacionadas a sistemas de controle industrial.

4 Segundo informações da CNET Magazine, a boneca “My Friend Cayla” foi banida na Alemanha sob a alegação de os microfones inseridos na boneca são classificados como dispositivos de espionagem escondidos, o que viola as regras de privacidade do país. A U.S. Federal Trade Commission – agência de proteção ao consumidor dos EUA – também compreendeu que o brinquedo viola as regras de privacidade ao gravar conversas e transmitir os arquivos de áudio para um servidor remoto sem o consentimento dos pais. Outras reclamações dos consumidores acerca da boneca foram feitas em diversos países como França, Holanda, Bélgica, Irlanda e Noruega.

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