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Dicas para ter uma super memória

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24/02/2014

— Matéria publicada na Revista Superinteressante — 

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Jill Price lembra de tudo o que aconteceu desde 1980, de fatos históricos ao almoço de domingo

Foi aos 12 anos que a americana Jill Price percebeu que lembrava de rigorosamente tudo o que tinha acontecido naquele ano. Não eram memórias só do aniversário, do Natal ou das férias, mas de detalhes, inclusive como a data exata em que isso aconteceu – 30 de maio de 1978. “Sempre tive uma boa memória. Minha primeira lembrança é de quando eu tinha um ano e meio e estava no berço”, diz. Foi perto dos 20 anos que Jill passou a achar que lembrar de tudo – de notícias importantes a qualquer bobagem do dia a dia – era um fardo pesado demais. Mas aos 34 anos decidiu procurar ajuda, porque, segundo ela mesma, a memória estava controlando a sua vida – a americana sabia detalhes de todos os dias desde 1980. E foi fácil checar a veracidade da supermemória: em jornais da época e nos diários que Jill escrevia desde criança.

Foi procurando no Google (no dia 5 de março de 2000) pela palavra “memória” que a mulher que nunca esquece encontrou o cientista James Gaugh, da Universidade da Califórnia. O cientista e sua equipe resolveram se dedicar ao caso e desvendar a chave da memória de elefante de Jill. Embora não saibam explicar com certeza como acontece esse processo, que chamaram de síndrome hipertiméstica (do grego “se lembrar”), elaboraram algumas hipóteses. A partir de exames, descobriram que vinte áreas do cérebro da americana são maiores que a média, inclusive o córtex pré-frontal, responsável pela memória de longo prazo. Também foi constatada uma lateralização anômala, na prática uma mistura na divisão de tarefas entre os hemisférios esquerdo e direito do cérebro – uma característica ligada ao autismo, doença que Jill não tem.

Embora pareça um dom e tanto lembrar-se de tudo, a americana, que tem depressão, avisa que não é tão bom assim. Mas torce que ao investigar o funcionamento da supermemória ajude outras pessoas. “Espero que encontrem a cura para doenças que levam as pessoas a perderem não só a memória, mas parte de suas vidas”, diz.

Rotina de treino

Você pode não conseguir lembrar de como foi o dia que sua mãe o amamentou pela primeira vez, mas mesmo humanos absolutamente normais podem desenvolver uma memória digna de Guiness Book. Um exemplo é Alberto Dell’Isola. Pergunte a ele que dia da semana foi 7 de fevereiro de 1812. Ele vai precisar de poucos segundos para responder: sexta-feira. O mesmo vale para qualquer data dos calendários gregoriano ou juliano, desde o século 1 até o século 30. Alberto também é capaz de memorizar uma sequência de 289 cartas de baralho em uma hora, o recorde sul-americano, e repetir o texto completo de uma revista de 128 páginas. Já se mostrou capaz de gravar rapidamente nomes e fisionomias de 20 pessoas que nunca tinha visto. E diz que tudo isso é resultado de muito treino, exclusivamente. “Eu tinha a pior memória do mundo. Era o cara mais esquecido da faculdade”, ele afirma. “Antes de treinar, eu frequentemente me esquecia de coisas triviais, como o local onde havia estacionado o meu carro e o nome das pessoas com as quais trabalhava.” Isso acabou em 2005, quando Alberto tinha 25 anos.

Nascido em Belo Horizonte, em 12 de janeiro de 1980 (um sábado, ele diz), era professor de matemática e programador de computadores. Na adolescência, aprendeu com um grupo de amigos a hackear o banco de dados de provedores de internet – ele vendia aos colegas de escola o acesso gratuito por R$ 15 e aplicava tudo em cartuchos de videogame. Mas foi só na faculdade de computação, quando fazia uma pesquisa para um trabalho sobre memórias de máquinas, que ele percebeu que queria ser atleta da mente.

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Como Jill (lembra?), Alberto pesquisou “memory” no Google e encontrou um vídeo em que o campeão mundial de memória Dominic O’Brien demorava menos de um minuto para memorizar a sequência de cartas de um baralho inteiro. Ficou impressionado e decidiu que também conseguiria. “Comecei a testar vários métodos de memorização, li muitos livros sobre o assunto e acabei desenvolvendo os métodos que uso hoje.”

Nesse meio tempo, resolveu mudar de área e passou a cursar psicologia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Formado, tornou-se membro do Laboratório de Avaliação das Diferenças Individuais da instituição. Em 2009, venceu o Campeonato Brasileiro de Memorização. Desde então, já publicou três livros sobre técnicas para melhorar a capacidade de memorizar.

Alberto tem um QI 145, considerado acima da média. Só isso explica sua capacidade? Não. “A preparação constante ajuda muito, mas a pessoa precisa ter uma característica inata. A inteligência, a capacidade de realizar sinapses cerebrais com velocidade, ajuda bastante”, diz o psicólogo K. Anders Ericsson, professor da Universidade da Flórida. “Mas a verdade é que não sabemos exatamente que fatores influenciam a capacidade de memorizar, a não ser em casos de formação diferente do cérebro.” Como no caso de Jill.

Para manter o ritmo, Alberto treina muito. Antes de dormir, memoriza ao menos 200 números aleatórios – nas vésperas de competições, acelera o ritmo e decora 8 baralhos todas as noites.

O psicólogo diz que cada desafio exige um tipo diferente de preparação mental. Para assuntos que não domina nem gosta, como história, Alberto tenta criar relações emocionais com o evento. “Se eu lhe perguntar o que você estava fazendo quando soube da morte do Ayrton Senna ou da queda das Torres Gêmeas, você provavelmente irá se lembrar”, afirma.

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