Meio Ambiente e Justiça Climática: um modelo de civilização em crise

O meio ambiente foi dramaticamente afetado pelo impacto do Antropoceno. Exatamente por isso, o tema da justiça climática chegou para ficar. Ele tem gerado discussões acaloradas, e tem dividido a comunidade científica, mas também tem mobilizado atitudes e iniciativas de impacto global. A economia está se adaptando (na direção de uma economia verde e de baixo impacto), os projetos estão engatando (em escala nacional e internacional) e as atitudes individuais (menos consumo, mais reciclagem e melhores escolhas) começam a demonstrar maior consciência. Afinal, é no horizonte do agora que a mudança deve acontecer. 

O legado destrutivo do Antropoceno

O período do Antropoceno, que se encontra em seus extertores, trouxe consigo inúmeros efeitos danosos para o equilíbrio ecossistêmico planetário e é por isso que a lógica que o presidiu foi devastadora. A equação arriscada do horizonte do agora convida à tarefa de revisão de nossa relação com a natureza, de qual lugar lhe destinamos, de como a abordamos e de que forma temos retribuído à generosidade com a qual ela nos abrigou durante séculos. Se a tudo que contorna o homem se deve chamar (simplesmente) de coisa, então, tudo o que circunda o homem foi tornado (à imagem e semelhança do mercado) objeto, e é exatamente esta a visão de mundo a ser alterada. É importante, a partir de agora, passar-se a considerar que humanos e não-humanos formam uma unidade de vida, onde se um sofre, os demais também sofrem. Tudo está interligado, no enorme ciclo da vida.

Limites planetários e crise climática

Assim, deve-se considerar o desafio de estarmos diante dos limites planetários, que, ne verdade, se encontram por um fio. A agricultura já sofre os efeitos do aquecimento global, as grandes tempestades afetam milhares de pessoas, os incêndios destrutivos têm efeitos desastrosos, os refugiados ambientais estão se deslocando no mapa do planeta, as fontes de abastecimento de água estão secando, o ciclo da vida está sendo alterado e danificado, além de ter-se colocado a maior parte das espécies animais e vegetais sob o risco de extinção. 

Reparação e futuro sustentável

Os limites planetários já foram rompidos, e, agora, urge reconhecer que a árdua tarefa de reparação, proteção e cuidado demandará esforços significativos para produzir efeitos concretos (de curto, médio e longo prazo). Ainda é tempo, se as medidas adequadas forem tomadas, o que envolve esforços globais, regionais, nacionais, locais e individuais, todos considerados complementares entre si.

Filosofia do Direito e justiça climática

Este tema será objeto da NOVA EDIÇÃO do Curso de Filosofia do Direito, no Capítulo 54, que haverá de ser publicado pela EDITORA GEN-ATLAS, para o ano de 2026. Nele, poderão conferir as mais recentes reflexões de natureza filosófica, seja no tocante às novas tecnologias, seja relativamente aos impactos da justiça climática e seus desdobramentos. Aguardem!

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