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Planejamento Sucessório e a Flexibilidade da Holding Familiar
Ricardo Pereira Rios
02/10/2024
O planejamento sucessório no Brasil, tradicionalmente, tem enfrentado dificuldades, seja pelo custo do inventário, a complexidade jurídica, ou mesmo pelas questões emocionais que envolvem a partilha de bens. Nesse cenário, as holdings familiares têm se destacado como uma alternativa eficiente e flexível para organizar o patrimônio e assegurar uma transição menos burocrática entre gerações.
A estruturação de uma holding familiar permite que o patrimônio de uma família seja integralizado ao capital social de uma empresa, transformando bens como imóveis, participações societárias e até mesmo investimentos financeiros em cotas de capital. Essas cotas podem ser, então, doadas aos herdeiros, o que gera um processo sucessório mais fluido, ao contrário do tradicional inventário judicial ou não.
Uma das maiores vantagens desse modelo é a possibilidade de doação das cotas com reserva de usufruto, o que significa que os fundadores da holding mantêm o controle administrativo sobre os bens, enquanto os herdeiros recebem a nua-propriedade. Isso garante a proteção patrimonial durante a vida dos patriarcas, assegurando que as decisões sobre a gestão do patrimônio permaneçam sob sua responsabilidade.
Outro ponto de destaque é a flexibilidade fiscal que a holding familiar proporciona. Ao se adotar esse modelo, é possível otimizar a tributação sobre o patrimônio, especialmente no que se refere ao ITCMD, que pode ter uma base de cálculo mais vantajosa, dependendo do valor patrimonial dos bens incorporados à holding.
Além disso, a constituição de uma holding possibilita a inclusão de cláusulas protetivas no contrato social, como as de inalienabilidade e incomunicabilidade, que protegem o patrimônio de riscos externos, como disputas matrimoniais ou dívidas contraídas por herdeiros. Essas proteções são fundamentais para garantir que o patrimônio se mantenha na família ao longo das gerações.
Por fim, a constituição de uma holding familiar deve ser realizada com um planejamento cuidadoso e a orientação de profissionais especializados, uma vez que cada família possui dinâmicas e necessidades próprias. O papel dos profissionais do direito neste processo é essencial para assegurar que todos os aspectos jurídicos e tributários sejam observados, garantindo que o planejamento sucessório seja eficiente e seguro.
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