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DICAS
EXAME OAB
Aprovação no Exame de Ordem e o chupa OAB
Alvaro de Azevedo Gonzaga
02/10/2014
#vemoab – SIM
#CHUPAOAB – NÃO
“Muitas frases são possíveis, mas propagar o ódio à instituição que quer pertencer é, no mínimo, paradoxal.”
No próximo dia 3 de outubro, teremos o resultado preliminar da Segunda Fase do XIV Exame de Ordem.
Sei que muitos ex-alunos, e agora amigos, irão figurar na lista de aprovados.
Será uma grande festa, estarei na torcida aguardando o grito de cada um de vocês.
Contudo, nos últimos exames venho sendo surpreendido com uma frase absolutamente chula e descabida: #chupaoab e sua derivação #chupafgv.
A aprovação nesse exame me parece um dos momentos mais importantes da trajetória de um bacharel ou bacharelando em Direito, é o coroamento de muito estudo e empenho.
Imagino e relembro meu momento do resultado: é um misto de euforia, ansiedade, luta, suor, angústia e medo de frustrar a si e aos queridos amigos, familiares e professores, sentimentos que são superados pela leitura do nosso nome na lista.
Esse caldeirão de sentires, muitas vezes, se traduz em uma frase de comemoração. Nada mais justo. Entretanto, é certo que o sentimento de raiva deve ser rechaçado e não pode permear qualquer manifestação, tanto em relação à OAB, quanto à organizadora do certame.
Depois de xingar quem avaliou seu conhecimento, ou a instituição que irá integrar, qual será o próximo passo? Xingar o juiz de uma demanda quando tiver sucesso em um agravo, o promotor quando não obtiver sucesso em seu intento, ou, ainda, a parte adversa, confundindo seu papel de advogado com o de parte que pode misturar sentimentos?
Joaquim Barbosa corre o risco de não se inscrever nos quadros da OAB pela postura que teve com nossa Instituição. A propósito, escrevi recentemente algumas linhas sobre o tema (leia mais).
Não sabemos se terá o seu pedido de inscrição deferido ou não, mas é certo que exatamente o fato de ter agido de maneira hostil com a OAB pode impossibilitá-lo.
Algumas pessoas, em momentos de euforia, afloram manifestações de ódio, racismo, homofobia, patriarcalismo etc., em muitos de seus pronunciamentos. Isso seguramente é errado e deve ser objeto de reprimendas.
Não podemos esquecer também que atualmente vivemos uma falsa sensação de segurança no pseudoanonimato de nossos atos. Muitos se esquecem de que são indeléveis os posts nas redes sociais, ou que, mesmo nas ruas, somos vigiados pelo vultoso aparato tecnológico que assiste de razão George Orwell (na obra 1984), no real Big Brother em que estamos inseridos.
Não somos invisíveis nas ruas, nas mídias e em tantos lugares, mas, principalmente, lembrem-se de que não somos invisíveis diante das leis penais, das civis e do nosso regramento ético estatutário.
Como professor de ética profissional, permito-me, talvez, dar essa última dica antes de lerem seus nomes na lista de aprovados.
No mais, desejo que ressoe nos seus ouvidos meu grito de “bem-vindos!” e que todo o caldeirão de sentires traduza não a reatividade de negar, mas a positividade de se atrair.
Parabéns pelo empenho de cada um, espero o sucesso, mas estarei ao lado de vocês independentemente do resultado.
#VEMPRAOAB …