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Dicas de estratégia de estudo para a Receita Federal
Kaique Knothe Andrade
26/12/2017
Hoje vamos conversar um pouco sobre o concurso de Auditor-Fiscal da Receita Federal. O concurso tem suas particularidades quando comparado a alguns outros, pois possui um edital longo e com matérias de diferentes especialidades – porém, mesmo que a princípio possa parecer uma tarefa árdua, é plenamente possível ser aprovado caso haja bastante dedicação e um estudo otimizado. O concurso exige nível superior em qualquer área e não exige nenhum período anterior de experiência, o que aumenta o número de interessados. A última edição, realizada em maio de 2014, atraiu quase 70.000 candidatos para 278 vagas em todo o país.
Para as pessoas que iniciam seus estudos, é muito importante criar uma base de conhecimento que cubra, inicialmente, as matérias básicas para o concurso. A meu ver, estamos falando de Português, Raciocínio Lógico, Contabilidade e Direito Consticucional/Administrativo/Tributário. Não são necessariamente as que valem mais pontos, mas são fundamentais para que construamos a partir delas um conhecimento estruturado nas legislações específicas e nas matérias de menor complexidade. O volume de horas destinado a cada matéria dependerá da sua formação e base anterior: alguém de exatas terá como o maior desafio desvendar o mundo do Direito, enquanto alguém das humanas pode julgar necessário gastar um bom tempo com as matérias de exatas. Neste primeiro momento não se preocupe em ir a fundo em cada particularidade da disciplina; tente, porém, ter uma ideia do todo, entender os pontos importantes, os princípios, a delimitação de conteúdo de cada matéria.
Quando esta base estiver formada, passe por um estudo mais aprofundado, com um material mais técnico e que cubra melhor as questões jurisprudenciais, os pontos avançados de matérias extensas como contabilidade, e também as demais matérias do concurso – inglês, auditoria, comércio internacional, administração, legislações específicas…
No meu caso eu lancei mão de um curso telepresencial, de apostilas e de alguns livros, mas existe uma infinidade de opções de material, alguns dos quais eu deixei listados ao final como sugestão. Uma técnica que me ajudou bastante foi a de intercalar aulas em vídeo com matérias em texto, pois ao mesmo tempo em que o áudio quebrava a monotonia de horas de leitura, a leitura preenchia espaços em momentos em que o professor do vídeo falava de tópicos que eu já conhecia. A velha pergunta sobre o que é melhor, questões ou conteúdo teórico, deve ser respondida com cautela: a maioria dos candidatos prefere questões, porém em minha preparação eu fiz muito poucas, dando imensa prioridade ao estudo da teoria. No fim das contas, recomendo que o concurseiro faça tentativas e siga a técnica que se adapta melhor ao seu estilo, sabendo que ambas podem funcionar.
O formato do concurso costuma sofrer alterações de uma edição para a outra, seja em uma matéria do edital ou no número de questões. O último foi composto de duas provas objetivas, uma geral de 70 questões com peso 1 e uma específica com 70 questões de peso 2, e uma prova disursiva com duas questões valendo 30 pontos cada. Saber fazer prova é muito importante, uma habilidade que não pode faltar a nenhum candidato. Deve-se trabalhar o controle do tempo, o controle emocional e também a competência de responder questões que o candidato não sabe baseando-se em bom senso e em uma análise do contexto da pergunta.
Na prova discursiva, que normalmente é composta de temas mais gerais das matérias (em 2014 tivemos uma questão de Direito Tributário e uma de Legislação Aduaneira), é também importante saber escrever na norma culta, de forma coesa e clara. Existem alguns professores que trabalham esses pontos – eu deixei ao final uma sugestão. É sempre bom lembrar que a prova da Receita Federal possui mínimos por disciplina. O candidato deve obter no mínimo 40% em cada matéria da prova objetiva, 60% do total da prova objetiva e 60% da prova discursiva para não ser eliminado. Dessa forma, sempre é bom ratificar que nenhuma matéria deve ser deixada de lado durante a preparação!
Uma dica que eu sempre deixo para as pessoas que estão se preparando é a de não deixar o concurso se tornar a única coisa de suas vidas. Ele é algo importante e que exige uma dedicação grande, porém é possível encontrar tempo para a família, as amizades, para praticar um esporte do qual a pessoa goste… Além de ser algo essencial para nossas vidas, isso é importante até mesmo para manter a cabeça fresca e preparada para outras jornadas de estudo. Só não perca o controle, pois é claro que será necessário um bom número de horas de estudo diário até a aprovação.
Por último, não tenha medo da preparação ou da prova. Se ela é difícil, ela é assim para todo mundo, e a pior coisa que pode acontecer é não dar certo na primeira vez. Preste concursos, talvez até outros de menor complexidade e que já te permitirão, além de um treinamento para o de AFRFB, uma eventual aprovação que poderá trazer um cargo na administração pública de forma antecipada. Vá para a prova confiante, pois, no momento em que a pessoa acredita em si mesma e encontra o método de estudo que mais se adapta à sua condição, a aprovação passa a se tornar uma meta completamente possível!
Veja também:
- Abrindo as possibilidades: o concurso de Analista do INSS
- A definição da lotação inicial no concurso da Receita Federal
- Kaique Knothe Andrade comenta o Edital TCE SP
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